Entidades científicas apresentam proposta para o PLOA 2018
Para iniciar
o caminho de retomada dos investimentos em CT&I, foi proposto ao governo
manter o orçamento aprovado pelo Congresso em 2017 (antes do corte de 44%) –
que corresponde a cerca de 50% do orçamento de 2010, corrigido pela inflação –
e acrescentar 10%
No final
desde ano, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2018 será votado na
Câmara dos Deputados. A proposta descreve as prioridades de orçamento do
governo federal para o ano seguinte e a divisão dos recursos. Temerosos com o
corte de 19,5% previsto para o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), representantes de algumas das principais
associações científicas do País produziram um documento conjunto que sugere
mudanças para o PLOA 2018.
O documento
“Iniciar o caminho de recuperação da CT&I no Brasil” foi elaborado em
conjunto pelas instituições: Academia Brasileira de Ciências (ABC), Associação
Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes),
Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap),
Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e
Tecnologia (Consecti), Fórum Nacional de Secretários Municipais da Área de
Ciência e Tecnologia e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
No texto, os
cientistas alertam para as graves consequências econômicas de uma possível nova
redução de recursos para o MCTIC. Eles propõem, como saída para essa crise, que
no orçamento de 2018 seja mantido o que foi aprovado na LOA 2017, antes do
contingenciamento de 44% (um valor correspondente a 50% do orçamento de 2010,
corrigido pela inflação), e acrescentado 10% sobre esse valor, “iniciando assim
o caminho de retomada dos investimentos em C&T, fundamental para que
possamos aumentar o PIB nacional”.
A proposta
foi encaminhada nessa terça-feira, 28, aos senadores Jorge Viana (relator
setorial para Ciência e Tecnologia do PLOA 2018), Dário Berger (presidente da
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) e ao deputado
Cacá Leão (relator geral do Projeto de Lei Orçamentária 2018).
Confira
abaixo o documento:
INICIAR O
CAMINHO DE RECUPERAÇÃO DA CT&I NO BRASIL
Segundo a
proposta orçamentária para 2018 (PLOA 2018) o orçamento total do Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) deverá ser reduzido em
19,5%, caindo do valor aprovado pelo Congresso em 2017, R$ 15,6 bilhões, para
R$ 12,6 bilhões. Isso corresponde a cerca de 2% do orçamento total do Poder
Executivo.
Considerando
apenas os recursos disponíveis para custeio e investimento – ou seja, aquilo
que efetivamente poderá ser empenhado em bolsas e fomento à pesquisa, excluindo
os gastos obrigatórios com salários e reserva de contingência – o corte é de
25%, com uma redução de R$ 6,2 bilhões para R$ 4,6 bilhões, segundo dados
oficiais do MCTIC e análises da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC). Isso corresponde a menos da metade do orçamento de cinco anos
atrás.
As
consequências dessa redução para a ciência brasileira são desastrosas.
Considerando sempre os recursos “discricionários”, custeio e investimento, esse
corte representa, por exemplo, uma redução de 50% nos recursos para pesquisa,
desenvolvimento e inovação nas unidades de pesquisa do MCTIC; de 62% no
orçamento de ciência, tecnologia e inovação do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (INPA); em um corte de 40% nos recursos para a Olimpíada Brasileira
de Matemática das Escolas Públicas; de 90% nos recursos para o Centro Nacional
de Monitoramento e Alerta de Desastres Nacionais (CEMADEN), de 40% nos recursos
para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais destinados para o
monitoramento da cobertura da terra e do risco de queimadas e incêndios
florestais (INPE); de 40% dos recursos para supercomputação destinada a
previsão de tempo e clima; de 58% dos recursos para implantação, recuperação e
modernização da infraestrutura de pesquisa das instituições públicas
(CT-Infra).
Segundo
estudos internacionais recentes:
- O valor total gerado pela pesquisa pública é entre 3 a 8 vezes o
valor do investimento;
- A taxa de retorno da maior parte dos projetos é entre 20% e 50%;
- Entre 20% e 75% das inovações não poderiam ter sido desenvolvidas
sem a contribuição da pesquisa pública (desenvolvida até 7 anos antes).
Trabalho
recente, publicado pelo Levy Economics Institute, mostra que os investimentos
em CT&I possuem retorno muito mais elevado que os demais.
A tabela a seguir ilustra os retornos em diversas áreas:
[Artigo extraído do seguinte endereço:http://www.jornaldaciencia.org.br/entidades-cientificas-apresentam-proposta-para-o-ploa-2018/]
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